"Vou contar algumas passagens atuais, seus dias e peripécias. Suas idéias e lembranças podem ajudar a fazer
melhor seu site"

Político Xavier
Marcelo Cabreira Xavier, filho mais novo de meu falecido irmão Zéca, sobrinho que nasceu no dia de meu aniversário, acaba
de ser eleito prefeito de Silva Jardim, no primeiro turno.
Para mim é motivo de muito orgulho ver os caminhos da família serem trilhados na política outra vez.
Há mais de 30 anos, o meu irmão mais velho, Orlando, foi também prefeito da cidade.
O meu orgulho e minha felicidade é poder ver tudo isso.
Meus irmãos, se aqui estivessem, estariam tão felizes quanto eu me sinto.

Indo e vindo
Outubro, 04 - 2008
Semana passada estive com forte resfriado que me levou a cama por 3 dias com muita
febre.
Já me acostumei a ter essa febre de vez em quando desde bem novo. Se não sabem,
perdi meus cabelos com uma dessas, no meio do mato, quando colocaram sobre minha cabeça algum preparado que me causou então
a careca precoce.
Sob os cuidados de Enedir, já passou mais essa.
Mas me sinto ainda um pouco debilitado - opinião da minha nora Leila - embora insisto
em dizer para todo mundo que estou bem.
Há cerca de 2 meses, resolvi fazer a rotina de próstata e, para desespero de meu
filho, acusou-me algumas não boas notícias que me levaram a uma série de exames, etc... mas continuo nada sentindo.
Meu filho encontrou em seus guardados essa foto de meus netos com meu saudoso irmão
Zéca.
Não tá bonito?
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Zéca com Victor sentado e Vinicius Santiago e Leonardo |

2008 - a primeira do ano (algumas...)
Estamos na quarta-feira de cinzas e como ainda não postei nada...
A missão
Tive que ser portador de notícias sobre meu irmão mais velho me incumbiu de levar até meu pai.
Marquei com ele e fui até a sua casa. Em seu "escritório", ao lado de um tênis que me chamou a atenção, sentados bem perto
um do outro, comecei a falar sobre o neto que está querendo casar, sobre uma chance de trabalho aqui no Rio para mim (ele
não quer que vá para São Paulo) e, finalmente, entreguei a ele o e-mail que meu irmão enviou naquela manhã.
Meu pai leu-o todo sem se abalar um só momento e ainda esboçando um sorriso em algumas passagens que lia.
Ao final, já sabedor das peripécias de seu primogênito que estava outra vez trocando de casa e de mulher, ele disse
bem natural, ao seu jeito: "_ Essas coisas não me abalam. É normal. Vc não vê "fulano"? E eu? Sidy é assim mesmo..."
Ali, já naquele momento, começava então a falar sobre Ribeirão Preto, sobre como é grande, o que tem por lá, quantas vezes
já esteve e já iniciava os planos para uma visita.
Eu pensei que fosse ficar triste, preocupar-se. Que nada...
Aproveitei, antes de sair, e não me contive diante daquela coisa branca, um par de meias dentro e os bicos cortados em
seu couro, como um chinelo: "_Pai, o que que isso aqui?
"_Descobri agora que minhas unhas estão com unheiro (já tem isso há muitos anos) e me incomodam quando faço minhas
caminhadas, então cortados assim não. Já comprei desse jeito..."
Ele não é fácil e tem sua maior virtude na simplicidade interiorana que somados a sua ingenuidade e "avareza" nos dá uma
coisa assim.
E lá vai ele Icaraí afora entre madames e etc, calçadão ou não, desfilando com seu tênis cortados nos bicos e de meias,
fazendo sua caminhada diária.
Vou sair de esteira
Carnaval se aproximando, blocos nas ruas perto da casa de meu pai se preparando, vendendo camisetas e meu pai ainda não
havia resolvido para onde iria.
"Vi uma excursão para Maceió, 8 dias com tudo, mas, pensando bem, resolvi ir para Silva Jardim mesmo."
Lá vou sair de fantasiado de esteira.
De esteira?
É. Enrolo uma esteira no corpo e vou pra rua...
O pior é que a sua companheira e a nora acreditam.
Já estou muito velho para isso...
Num belo dia desses, atendo ao telefone aqui em casa e a Leila, que estava na casa dele, não se aguentando de tanto
rir
tentava me contar a situação inusitada que presenciou. Ela me conta então que, antes de atender a um telefonema, agitado
que estava naquele dia com suas coisas a fazer na rua, etc, ele já foi logo dizendo:
_ Se for essas mulheres pedindo diz que não posso mais não.
Enedir passou o telefone para ele que não perdeu tempo:
_Minha senhora, eu já estou com 88 anos e não dou mais nada para ninguém não...
Enedir, coitada, desesperada em sua frente, vendo aquilo:
_Não Bem, não Bem... é a mulher de Sidy, a mais nova. Não Bem...
Só então, meu pai percebeu que não era com aquelas mulheres que lhe pedem doação por telefone todos os dias. E pediu desculpas.
Vamos aos blocos
Ontem, terça-feira gorda, aproveitando que houve uma pequena melhora no tempo (choveu todos esses dias) meu pai falou para
Enedir que estava bom para ir ver os blocos no centro de Niterói, na rua da Conceição. Tomou seu banho, colocou uma bermuda
e a blusa do pijama e foi para a sala, ver sua TV.
Uma horas depois, foi procurar por Enedir e, encontrou-a no quarto, toda arrumadinha, pronta para ir para rua. Ele se esbaldou
por ter ela acreditado que iria mesmo a rua...
Lá fora caia o maior pé d'água.
17 de dezembro
Estive com meu pai no sábado em sua casa.
Acho que não dá para descrever sua felicidade quando se chega lá com netos para vê-lo. É só alegria, meu pai.
Indiferente a tudo que possa existir, ele faz seus planos como o de viajar à casa do Sidy, sem se importar com o trânsito
dessa época, sem saber de compromissos nossos, etc.
Faz seu itinerário e pronto.
"Então tá, meu pai, nós iremos nesse fim de semana para levar as meninas do Sidy". Que mais dizer...
Se segura mano véio, que a comitiva (Victor e Vinicius querem ir no sábado) vai partir para aí.


06 de dezembro de 2007
Papai já ornamentou a casa para o Natal.
Todo ano ele retira dos seus guardados os brinquedos que guarda com carinho. Papais Noéis que cantam, etc. Uma toalha
bonita com enfeites da época é colocada sobre sua mesa de jantar e ele então arranja todas as suas "coisinhas" a seu melhor
modo de ver.
Curte muito isso todo ano. E espera que todos apareçam para vê-lo e a sua mesa de Natal.


22 de novembro
Em meio a mudança que chegou essa semana (minha casa de quando separado que estava com um colega) encontrei uma foto que
meu pai vai adorar.
Uma de suas manias agora é colocar em quadros as fotos de quem gosta e espalhar em suas paredes.
Desaparecido muito cedo, Jorge Mendonça é orgulho de uma cidade, saudades de quem conviveu com um cara muito simples em
sua infância e juventude. É muito bom saber que um craque da seleção brasileira foi um simples colega de infância, que gostava
da gente e era sempre solícito a todos.
Nascido e criado em Silva Jardim, teve uma carreira de glórias e meteórica. Do Bangu a seleção, passou pelo Náutico, Palmeiras
e Vasco.
Mas as grandes façanhas foram com a camisa do União Futebol Clube, que meu pai ajudou a fundar, foi atleta por vários anos
e viu gerações que seguiram, como meus irmãos e outros.
Papai tem grandes estórias para contar com J. Mendonça, como a que esteve em Recife e foi recebido pelo mesmo, que o levou
a categoria vip, quando jogava pelo Náutico e também em São Paulo, pelo Palmeiras. Vestiários, camarotes e tudo sendo
apresentado como gente muito importante a gente importante.
Papai se orgulha disso, de ter vivido isso e fica triste por perdermos Jorginho da maneira que perdemos.
Silva Jardim chora até hoje. O futebol na cidade, antes de importância vital na cidade, após sua partida final, já
não tem mais a força de antes.
O interesse dos que ficaram, pelo futebol na cidade, é demonstrado quando o União de hoje está encoberto por um outro clube,
o Silva Jardim, que, com empresários, disputa a liga carioca.
As lembranças são muitas... mas são hoje só lembranças.
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Jorginho e Victor, por ocasião da festa do UFC. |
Em 08 de novembro
Não tenho estado com meu pai por estes dias mas falo com ele sempre que possível pelo telefone.
Ando às voltas com bastante coisas que movimentam a minha vida que andava monótona até pouco tempo. Meu filho torceu o
joelho e sobrou para mim seus afazeres e planos, uma chance de trabalho com amigo de São Paulo, contas a resolver, mudança
de móveis que possuo e que estavam com um colega, etc.
Meu pai, ao contrário do que se possa pensar, sabe de tudo. Por onde ando, o que faço. Passo a passo.
Segundo soube, ele já falou que não quer que eu vá para São Paulo trabalhar. Foi através da Leila que, depois comentou:
"_ Acho que ele está muito apegado com você..."
De fato. O mano mais velho já está longe e o mano do meio não é como nós dois somos para ele. Daí sua preocupação e também
seu apego.
Eu tenho feito planos em cima dos planos de meu colega para tentar ficar por aqui. E olha sempre sonhei em viver fora
do Rio, mas, Sampa não era bem o queria.
Ainda não conversamos, eu e papai, sobre tudo que se passa. Pelo telefone não é muito viável porque sua audição o trai
um pouco e ele não consegue entender muito bem as coisas.
Vou procurar ir até ele por esses dias, ouvir o que tem a dizer, seus conselhos e falar de meus planos também.
Meu pai é muito carente nessas horas e valioso demais para deixá-lo preocupado com alguma coisa.

Em 01/11/2007
Feriado
Como sempre faz, no feriado de finados o papai vai a Silva Jardim. Em memória daqueles que nos deixaram, leva flores
e diz suas orações perto dos jazigos da família.
Aproveita para ver os entes queridos, contar casos, ver um ou outro amigo.
Também, como sempre nos últimos tempos, ele me "escala" para levá-o, mesmo sem que eu saiba.
No telefone, nesta quarta-feira, disse-me:" Estou dispensando você de me levar a Silva Jardim no dia 02. Vou com
Itamir".
Então, após meu espanto em saber com quem ele iria (Itamir é amigo de infância e não está mais em condições de dirigir
pela idade avançada e os problemas que ela nos traz), ele consertou:" Itamir, não. A namorada dele".
Pois é... a namorada do Itamir!!!!
Bom, quero crer que seja bem mais nova que eles. Assim espero.
Mas lembrei-me que papai é chegado a essas aventuras.
Um dia, faz alguns bons anos, saiu de carro com o mesmo Itamir, (que já não tinha muitas condições para isso) e viajaram
por mais de uma semana nesse Brasil nosso.
A saudosa M.Holanda, na volta da "excursão" (o roteiro foi de papai, é claro) comentou a aventura e as peripécias
do motorista na rodovias.
Dá para imaginar, não?

23 de outubro de 2007


Meu pai costuma telefonar e cantar "Parabéns pra você" nesses dias. E canta inteirinha.
O mano véio Sidy faz hoje 61 aninhos.
Parabéns, meu caro!
Vovô Garoto!


Viagem de aniversário
Viajamos à Aparecida do Norte para comemorar o niver de Sidy antecipadamente, já que ele fará
61 anos em 23 de outubro, no mesmo dia de Pelé.
Fomos eu, Enedir, Mimica e papai. O carrinho, apesar de não estar 100%, foi e voltou em
paz, aguentando bem aquelas obras da Dutra.
O mais engraçado é o Mimica, que chamamos hoje de Ilde (diminutivo de Ildebrando Ildemico, o
conde) e que nos faz rir por seu jeito simples e de raízes em Silva Jardim, pra não dizer "capiau". Nos divertimos muito
com as coisas que ele fala durante a viagem, seus medos, sua vontade de estar com Sidy, dormir en casa de minha cunhada...
Meu irmão já havia planejado comigo há 2 meses ir lá para ficar com o Sidy. Papai aproveitou
a melhora de Enedir (que andou meio baqueada) e se escalou também, fazendo inclusive o roteiro que queria seguir.
No todo, foi muito bom esses dois dias com eles por lá e a alegria do papai se vê
estampada no rosto por ter dado tudo certo, como ele mesmo disse.
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Enedir esperando por papai |
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A entrada principal da Basílica |
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Esta foi a Dia quem tirou. |
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Adriana surpreendeu até o pai |
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O Nel e família também foram. |
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Papai, Sidy e Ilde em conversa animada |
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Vejam só a antena EXCLUSIVA no carro do Sidy. |
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Marcela, filha do meio de meu irmão. |
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A Maria Eduarda foi ver o bisavô e o avô. |

Conhecendo meu site.
Ontem, 17 de outubro de 2007, ele conheceu o trabalho que
estou fazendo para ele.
Um dia após ter sido acharcado em R$250,00 por marginais que
se ocupam desse tipo de coisa para obter cartões de celular, aplicando terrorismo em pessoas bondosas e puras como meu pai.
Falaram que eu havia sido sequestrado por engano e etc...
Ele veio até minha casa para resolver um problema de IR de
um de seus amigos. Ele se ocupa de muitos na época da declaração e faz isso há anos.
Ficou admirando-se na tela do computador, discutiu algumas
coisas, trouxe comsigo os escritos sobre sua infância e um documento que guarda sobre a Estatística em Silva Jardim, do tempo
de seu trabalho na mesma, com curiosidades que aqui serão em breve mostradas.
Falamos sobre a história de uma anel que ele tem, cujo meu irmão
pediu que eu o fizesse contar.
Tratamos entre outras coisas sobre a viagem que vamos fazer
amanhã, a Aparecida do Norte, onde mora meu irmão e família.
Ele, como sempre, desde os tempos de excursões por esse Brasil
afora, faz seu programa de viagem com percurso, horas e, principalmente, refeições. Uma das suas manias que não deixou, ele
adora cronometrar as passagens por cada ponto de uma viagem que já perdeu a conta em fazer.
Difícil é convencê-lo que o trajeto tem que ser mudado.

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